Mosteirô
HISTÓRIA
A designação "Mosteirô" advirá a esta freguesia, a partir de um remoto e há muito desaparecido cenóbio, documentado logo pelos meados do séc. XI. Curiosamente, o seu exato local de assento deverá corresponder atualmente - e na opinião do Pe. Domingos Moreira - ao lugar de S. Gião, já na vizinha freguesia de Souto.
Pela mesma recuada era se documentava igualmente o atual topónimo Proselha (então grafado "porceli"), correspondente a um dos quatro principais aglomerados populacionais da freguesia de Mosteirô. Os outros serão Agoncida, Monte e Murtosa. Esta freguesia surge, na documentação dos séc. XIII a XVII sob a denominação de Santo André de Proselha, conforme adiante se explanará detalhadamente.
À semelhança de muitas outras das suas congéneres, a freguesia de Mosteirô faz mergulhar as suas raízes numa instituição monástica da época alti-medieval: o pequeno convento de S. Juliano, habitado por monjas beneditinas e cujo padroado andaria na posse, por 1050, do poderoso conde Gonçalo Viegas. O diploma que o cita é bastante expressivo quanto à localização do mesmo "in Porceli" (hoje lugar de Proselha). A sua amplitude seria modesta, surgindo o mesmo referenciado por diversas vezes pela expressão "salla" (1050, 1107, 1114). Em 1251, surge já sob a denominação de "Moesteiroo".
Muito curiosa é a evolução fonética e ortográfica do topónimo Proselha, que designaria a freguesia até aos finais do séc. XVII. Temos assim "Porceli" (1050), "Porzeli" (1139), "Purzelhe" (meados do séc. XIII), "Porcelhi" (1288), 'Pouzelhi" (1453), "Pruzelhe" (1527) "Peroselhe" (1690), "Purozelo" (1694) e "Prozelha", em 1758.
Brasão: É constituído por um escudo vermelho, um tamanco de prata realçado de negro; em chefe, três espigas de trigo de ouro, postas em pala e alinhadas em faixa e, em campanha, duas picaretas de prata encabadas de ouro, com os cabos passados em aspa. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «MOSTEIRÔ – SANTA MARIA DA FEIRA».